quarta-feira, 14 de abril de 2010

Maiores Vítimas de Acidentes Fatais com Motos em 2007: Sexo Masculino, Jovem e Inexperiente

Por Diego da Silva Marques*

O objetivo deste trabalho foi evidenciar o perfil dos usuários de motocicleta que foram vítimas fatais em acidentes de trânsito, no município de Porto Alegre. O estudo foi realizado pela Assessoria de Educação para o Trânsito da EPTC, que desenvolve atividades permanentes com este público. No geral, os dados comprovam a tendência mundial divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística IBGE, as quais apontam que os jovens de 20 aos 29 anos são as maiores vítimas fatais no trânsito, na utilização desses veículos.


Figura 1: Vítimas fatais de acidentes de trânsito que estavam pilotando a motocicleta no momento do acidente dividida por idade no ano de 2007 em Porto Alegre.


Figura 2: Vítimas fatais de acidentes de trânsito que estavam pilotando a motocicleta no momento do acidente divididas por gênero em 2007 em Porto Alegre.

Figura 3: Acidentes com motociclistas vítimas fatais divididos por turno.

Figura 4: Tempo de habilitação das vítimas fatais condutoras de motocicleta envolvidas em acidentes fatais em 2007 em Porto Alegre.

Figura 5: Vítimas fatais que estavam na carona das motocicletas no momento do acidente divididas por gênero.

Segundo o estudo do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem DAER[1], no período de 2005 e 2006, a frota de motocicletas no Rio Grande do Sul cresceu mais que o dobro que a frota dos demais veículos. Essa informação, por si só, evidencia a necessidade de se intensificar as ações de educação para o trânsito com os condutores de motocicleta. Além disso, a análise dos dados indica a importância de se concentrar estas ações nas faixas de público mais suscetíveis desse tipo de acidente: jovens, inexperientes, do sexo masculino. Ressalta-se ainda que a maioria dos envolvidos em acidentes fatais estava sozinho no momento do acidente, o que caracteriza outra especificidade dos motociclistas: para eles, o ato de dirigir acontece de forma individual. Como agravante, percebe-se que quatro vítimas fatais não possuíam a Carteira Nacional de Habilitação, CNH para conduzir motocicleta, fato que, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, CTB em seu artigo 162 inciso I, além de infração de trânsito, é considerado crime[2], pois pode colocar em risco a vida do próprio condutor e dos demais condutores da via.


[1] Disponível em : www.daer.rs.gov.br/rel_acid_motos.pdf
2 CTB Dos crimes em Espécie Art: 302 inciso I

*Agente de Trânsito da EPTC
Assessoria de Educação para o Trânsito