Por Sinara Tres Soares e Lucio Fernando Garcia
É
comum vermos nas páginas dos jornais – principalmente nas segundas-feiras ou após feriados prolongados – notícias apontando o
grande número de vítimas do trânsito. Diante desse cenário, precisamos
refletir sobre as dimensões envolvidas nas ocorrências de trânsito e, a
partir disso, buscar soluções para minimizar as consequências desse
problema que envolve toda a sociedade.
Existem
algumas dimensões envolvidas nas ocorrências de trânsito que pouco são
discutidas. Quando falamos em trânsito não devemos pensar apenas no
fluxo de automóveis, mas considerar, principalmente, que o trânsito é
composto por todos nós. Devemos pensar no aspecto da mobilidade humana,
pensar na livre circulação e no deslocamento com segurança, assim como
nas relações sociais que se constituem nesse espaço. Ao se deslocar
pelas ruas com automóveis particulares, bens privados, as pessoas,
muitas vezes, não se dão conta de que estão se deslocando em um espaço
público, com regras estabelecidas pelo Governo e pela própria sociedade.
Competem entre si, de modo privado, por um espaço que é público e de
todos.
Nesse
contexto, o pedestre exerce papel ativo. Afinal, até podemos nunca
atuar como motoristas, mas sempre seremos pedestres, já que circulamos
nesse espaço urbano e público. Desse modo, o agente público deve
trabalhar fortemente para auxiliar na educação do pedestre e investir em
iniciativas que o conscientize sobre o sério papel que exerce na
mobilidade urbana.
A falta de sinalizações, estradas precárias, equívocos de engenharia,
aliados ao consumo de drogas e psicofármacos e a certeza de que não
serão autuados, são outros elementos que também contribuem para ampliar o
número de vítimas do trânsito.
Outro
aspecto que precisa ser refletido pela sociedade diz respeito à
influência que a propaganda de automóveis exerce sobre o comportamento
dos cidadãos no trânsito. A dimensão mercadológica e a lógica empregada
pela indústria automotiva para a venda de um veículo também podem
estimular comportamentos agressivos, gerando uma confiança e uma “idéia
fantasiosa” de que nada vai acontecer com aquele motorista. Isso reflete
diretamente nos riscos do trânsito e nos próprios sinistros ocorridos.
Dirigir
adequadamente vai além de ter habilitação, exige uma constante
avaliação por parte de todos nós, que somos e fazemos parte do trânsito.
Sinara Tres Soares
Conselheira, Presidente da Comissão de Psicologia do Trânsito e Mobilidade
Humana do Conselho Regional de Psicologia/RS
Lucio Fernando Garcia
Coordenador Técnico do CRP/RS e assessor da Comunicação de Psicologia da
Comissão do Trânsito e Mobilidade Humana do Conselho Regional de Psicologia/RS
Conselheira, Presidente da Comissão de Psicologia do Trânsito e Mobilidade
Humana do Conselho Regional de Psicologia/RS
Lucio Fernando Garcia
Coordenador Técnico do CRP/RS e assessor da Comunicação de Psicologia da
Comissão do Trânsito e Mobilidade Humana do Conselho Regional de Psicologia/RS