Por Luciana Pereira da Silva*
Reduzir os índices de acidentabilidade através da educação é tarefa árdua e não existe nenhuma ilusão de que as mortes no trânsito possam ser erradicadas, em algum momento presente ou futuro. A exigência da adesão e respeito aos regramentos em geral, e os do trânsito, em especial, fazem parte dos grandes desafios do ser humano e de todas as culturas, que serão mais ou menos bem sucedidas possivelmente também em proporção de sua capacidade de desenvolvimento cultural e de aprendizado da vida coletiva em harmonia. Sabe-se, com alguma certeza, entretanto, que as atividades de educação, por si só, não conseguirão vencer o desafio de reduzir os acidentes de trânsito. Faz-se necessária uma ação conjunta e permanente entre os setores envolvidos no processo de planejamento, gestão e humanização do trânsito e de todos os processos envolvidos na mobilidade urbana: Educação, Fiscalização e Engenharia.
Não há como pensar num trânsito organizado sem uma fiscalização eficiente, que inclui não somente os agentes que executam esse papel, mas também os equipamentos eletrônicos que, tão eficazmente têm contribuído para a reduçãodo excesso de velocidade nas ruas das cidades brasileiras. Da mesma maneira, não há como pensar em educação e fiscalização sem compreender a importância do planejamento, implementação e boa conservação das soluções de engenharia, que sejam robustas para dimensionar os fluxos de veículos, tanto quanto as necessidades humanas e ambientais, e flexíveis para adaptar-se às constantes mudanças no organismo vivo das grandes cidades. A educação, dentro desse conjunto, cumpre papel integrador, levando aos usuários, de todas as idades, a inteligência de gestão e fiscalização produzida pela empresa, a serviço da coletividade. Deve ser capaz de traduzir em múltiplas linguagens as razões desse serviço, para públicos de todas as idades e potenciais multiplicadores, para que motoristas e pedestres compreendam a importância da fiscalização e da engenharia, para além das multas e dos semáforos, mas como construção da segurança das pessoas e da fluidez dos deslocamentos. E deve ser capaz de mobilizar nos cidadãos os sentimentos do respeito à vida, cosnciência dos riscos e responsabilidades, além dos procedimentos básicos de segurança no volante e como pedestre.
*Agente de Fiscalização de Trânsito
Assessoria de Educação de Trânsito da EPTC